O Enem 2023 (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma ponte entre o presente dos estudantes e o futuro que almejam. Além disso, a redação é uma etapa desafiadora que instiga os participantes a tecerem reflexões críticas e articuladas sobre temas contemporâneos. Neste post, vamos explorar o pensamento de dez filósofos cujas ideias podem ser alicerce para argumentos robustos e perspicazes em sua redação.
1. Heráclito de Éfeso no Enem:
Heráclito, com sua máxima “Nada é permanente, exceto a mudança”, Esta ideia, conhecida como o conceito de Devir, descreve a realidade como um fluxo constante, sugerindo que a mudança é a única constância do universo. Dessa maneira, ao abordar temas como evolução social e mudanças climáticas, suas ideias são um recurso valioso para a redação do Enem 2023.
Ao incorporar Heráclito em uma redação do Enem, é possível explorar a ideia de que as mudanças sociais são uma resposta natural à tensão entre forças opostas, como o avanço tecnológico e as tradições culturais. Assim como Heráclito via o universo organizado pelo movimento entre lados opostos, as transformações na sociedade podem ser vistas como resultado de conflitos e harmonias entre ideias e valores divergentes.
Importante ressaltar, Heráclito é considerado uma figura central da filosofia pré-socrática, categorizado na escola jônica, o que facilita a compreensão didática de seu pensamento. Portanto, ao discorrer sobre esses temas no contexto do Enem, é valioso conectar a dialética heraclitiana com os desafios e as mudanças atuais, refletindo sobre como as ideias de Heráclito ainda ressoam em nossos dias.
2. Parmênides de Eleia:
Parmênides de Eleia foi um pensador muito importante do período pré-socrático e é considerado o fundador da chamada Escola Eleática de filosofia. Ele propôs ideias que são um pouco complexas, mas vou tentar explicar de maneira mais simples. Parmênides defendia que o que realmente existe é eterno, imutável e único. Para ele, o que chamamos de mudança é apenas uma ilusão dos nossos sentidos.
Então, quando Parmênides diz “O ser é e o não-ser não é”, ele quer dizer que apenas o que existe de verdade, o ser, pode ser pensado e falado. Tudo o que muda ou que parece não existir de verdade, como as coisas que vemos e sentimos mudar ao nosso redor, não pode ser parte do ser verdadeiro. Isso tudo seria uma espécie de ilusão, ou seja, não é algo real e fixo.
Parmênides nos ensina que o verdadeiro “ser” é constante. Assim, ao olharmos para as tradições culturais, podemos ver como elas refletem essa ideia de imutabilidade. Por exemplo, as tradições persistem, pois muitos acreditam que elas formam a base de sua cultura. Em outras palavras, essas práticas duradouras são como âncoras, mantendo a identidade de um povo estável diante da correnteza das mudanças. As pessoas as guardam com cuidado, pois veem nelas um significado que transcende o tempo, algo que, segundo Parmênides, simplesmente “é”.
3. Sócrates:
A frase famosa de Sócrates, “Só sei que nada sei”, é um convite para nunca pararmos de aprender. Ele acreditava que havia verdades universais, que poderiam ser descobertas com reflexão e entendimento de nossa própria ignorância. Sócrates também criou um método de questionamento, conhecido como “Método Socrático”, que envolvia duas fases: ironia, para mostrar a ignorância de uma pessoa, e maiêutica, para ajudar a descobrir a verdade através de exemplos e discussão. Quando falamos sobre educação e aprendizado, as ideias de Sócrates são preciosas porque nos lembram da importância de sempre questionar e buscar conhecimento profundo.
Na redação, ao usar Sócrates, destaque a busca contínua pelo saber e a humildade diante do que não conhecemos. Assim, ao tocar em temas de educação, mostre como o eterno questionar é vital para aprendermos mais. Use o Método Socrático como exemplo de pensamento crítico: comece questionando, depois explore exemplos, para chegar à essência de um conceito. Isso mostra um diálogo construtivo, chave para argumentos fortes em qualquer texto.
4. Santo Agostinho:
Santo Agostinho, ao dizer “Creio para compreender e compreendo para crer melhor”, nos estamos abordando a relação entre fé e razão. Segundo a tradição católica, que Agostinho ajudou a moldar, crer é um ato da inteligência que acata a verdade divina, impulsionada pela vontade movida pela graça de Deus. Em oposição ao fideísmo, que aceita os mistérios da fé sem o uso da razão, e ao racionalismo, que busca explicar Deus apenas com base na razão, Agostinho e a Igreja Católica defendem uma harmonia entre os dois.
Na redação sobre religião e ciência, você pode usar as ideias de Santo Agostinho para mostrar que a fé, longe de ser um salto no escuro, tem raízes na razão humana que busca compreender verdades mais profundas. Segundo essa visão, Deus não só dá a fé como presente, mas também ativa nossa inteligência para explorar e entender esse dom. A fé, então, se torna uma parceira da razão, guiando-a na jornada em busca de maior conhecimento. Portanto, podemos argumentar que a fé e a razão não apenas coexistem, mas trabalham juntas para aprofundar nossa compreensão da verdade.
5. São Tomás de Aquino:
O renomado teólogo São Tomás de Aquino nos proporciona uma rica base para reflexão ao afirmar que ‘O desordenado amor por si mesmo é a causa de todos os pecados’. Esta observação não só abre portas, mas também serve como um catalisador para uma ampla gama de discussões envolvendo ética, moral e altruísmo. Ademais, ela atua como um ponto de partida para debates mais profundos sobre comportamento humano e a estrutura da sociedade como um todo
6. René Descartes:
Para melhorar a explanação sobre René Descartes e sua famosa afirmação “Penso, logo existo”, podemos considerar que essa ideia é central para a filosofia cartesiana, oferecendo uma base inabalável de certeza em meio ao mar de dúvidas que podemos ter sobre o mundo. Descartes estava insatisfeito com as incertezas da filosofia de seu tempo e buscava uma verdade indubitável. Ele convida a um exame crítico de tudo que acreditamos ser verdade, sugerindo que até as verdades aparentemente óbvias podem ser questionadas.
Após questionar tudo, Descartes encontra na capacidade de pensar, uma certeza absoluta da existência. Em uma redação, podemos então usar essa linha de pensamento para discutir a consciência e a identidade, argumentando que o autoquestionamento e o ceticismo são essenciais para afirmar nossa existência e individualidade. Ao aplicar esse raciocínio, podemos também incentivar um pensamento crítico mais profundo, essencial no debate sobre a construção da identidade pessoal e coletiva.
7. Thomas Hobbes:
A filosofia de Thomas Hobbes, particularmente sua visão de que “O homem é o lobo do homem”, oferece uma perspectiva penetrante sobre a natureza humana e a origem da sociedade. Essa frase encapsula a ideia de Hobbes de que, na ausência de um poder centralizado, como um Estado que imponha leis, os seres humanos naturalmente entram em conflito uns com os outros, vivendo em um estado de guerra perpétua de “todos contra todos”.
Hobbes via o desejo humano por poder como uma força motriz, impulsionada pela necessidade de garantir a própria sobrevivência no que ele chamava de “estado de natureza”. Nesse estado, sem garantias contra ataques de outros, é racional tentar ser o mais poderoso possível para proteger a si mesmo, sua família e suas posses.
Além disso, Hobbes argumenta que o medo de ataques preventivos leva a um ciclo de desconfiança e violência. Se há o temor constante de ser prejudicado primeiro, pode-se ser compelido a atacar preventivamente para garantir a própria segurança, perpetuando assim o ciclo de conflitos.
8. John Locke:
“Onde não há lei, não há liberdade”, de Locke, nos impulsiona a refletir sobre justiça social, direitos civis e governança. Consequentemente, é fundamental ao discutir democracia e direitos humanos.
9. Jean-Jacques Rousseau:
Com “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra acorrentado”, Rousseau nos leva a discutir liberdade, igualdade e o contrato social, pilares de muitos debates contemporâneos.
10. Karl Marx:
Marx, ao explorar capitalismo e luta de classes, oferece um vasto campo para explorar temas sociais e econômicos. Desse modo, suas análises são fontes inesgotáveis de inspiração para reflexões críticas.
